Petrópolis Corretora e a experiência de resistir
Carolina Freitas
Técnica milenar japonesa de restauração, o termo kintsugi denomina o ato de preencher rachaduras ou emendar objetos de cerâmica a partir de resinas constituídas por pó de ouro. Ressignificação de danos, o método constitui a filosofia de aceitar e incorporar a si as marcas deixadas pelo tempo, suas rupturas e imperfeições.
Há menos de um ano de completar meio século de fundação, a Petrópolis Corretora em muito traduz o conceito por trás do kintsugi. Intermediadora entre os segurados e as seguradoras, é ela a responsável por analisar os perfis dos clientes, assegurar que suas necessidades sejam atendidas e, quando acionada, garantir sua recuperação.
Datado do século XV, ao invés de esconder, o método de restauro japonês reforça o valor de resistir às adversidades, e é assim a postura do corretor Sidney Kochem frente ao caminho trilhado na instituição. Admitido como funcionário, o petropolitano tornou-se sócio e, posteriormente, proprietário do negócio. Dos 49 anos de empresa, é parte de 43 deles.
Descrito por Sidney como um gentleman, o fundador da Petrópolis Corretora – Ernani Lobo de Souza – se fez eterno na empresa a partir dos valores cultivados como profissional e ser humano. Responsável por presentear Sidney com 10% das cotas da empresa quando este se formou como corretor de seguros, foi ele quem o convidou a ser sócio majoritário.
“Sou muito grato por isso e aproveitei a oportunidade. A gente nunca pode esquecer do passado. Temos sempre que tê-lo como referência”. Pautada por sacrifícios, com a transição vieram grandes apólices e compromissos financeiros, mas também a gratificante sensação de dar continuidade ao legado do fundador e de preservar a sua credibilidade.
“Eu precisava montar o meu caminho para a gente chegar onde chegou”, relembra. Hoje proprietário da corretora junto da esposa, o profissional fala com satisfação sobre o crescimento da empresa – tanto em dimensões físicas, já que de uma sala o negócio passou a contar com quatro – mas, sobretudo, do reconhecimento tido pelo público.
“Conseguimos aumentar a carteira de clientes e diversificar um pouco mais. A gente atende clientes da cidade, do Rio, São Paulo, do Sul, de Minas e Brasília”, diz orgulhoso.
Valorização em família
Como nos tempos do Sr. Ernani, época em que ele, seu filho Edvaldo e esposa Wanda uniram forças em prol da empresa, a Petrópolis Corretora permanece a soma do trabalho conjunto da família de Sidney. Com ele e a esposa Liane à frente do negócio, a corretora conta ainda com o apoio de seu filho Cassiano e do sobrinho Maximiliano.
Sidney e Liane estão casados há 28 anos. Ela era gerente de banco e ele, em uma das idas ao local para administrar assuntos relacionados à conta da corretora, a conheceu. Testemunha de seu empenho, Liane Lisboa Alves Kochem fala com propriedade sobre a excelência do trabalho executado pelo marido e sobre a admiração tida por ele.
Transparente com os clientes, calmo quando acionado em função dos sinistros e inteligente na tomada de decisões, o corretor é, segundo Liane, merecedor do negócio bem-sucedido. “Ele é um profissional muito sério e que vê o lado dos clientes. Do Sr. Ernani o Sidney herdou toda essa honestidade, a capacitação. Fico admirada em ver”, expressa.
Responsável pela administração financeira da empresa, Liane também pontua a consideração dos dois pela família do Sr. Ernani. Padrinhos de casamento do casal, foram ele e a esposa Wanda verdadeiros mentores de como gerir um negócio e, por que não, de como construir um relacionamento pautado pelo companheirismo e a honestidade.
Filho de Ernani e Wanda, Edvaldo Cerqueira de Souza, de 71 anos, se alegra em ver o caminho trilhado por Sidney: figura amiga e de grande confiança da família. “Foi ele quem perdurou a continuou a empresa. Isso me deixa extremamente feliz porque ele se deu muito bem com o papai e aproveitou a oportunidade. Soube cativar a clientela e dar continuidade”.
Extensão da história de quem já se relacionou com ela, a Petrópolis Corretora, como bem pontuam Cassiano e Maximiliano, inspira pela competência, perseverança e pela capacidade de vender uma confiança que só é garantida no momento da emergência. Arte de resistir às adversidades, como na técnica kintsugi ela ressignifica os danos e incorpora as marcas do tempo.