De RBR a Revimar e Caminhada Móveis
Carolina Freitas
Substantivo que identifica qualquer peça de mobiliário, o termo móvel também adjetiva aquilo que se mantém em movimento. Empresa atuante no setor moveleiro, assim é a história da RBR: empreendimento petropolitano que, em 47 anos, ganhou novos capítulos e hoje tem sua trajetória escrita pelas empresas Revimar, Caminhada Móveis, Francavilla e, em breve, Martina Móveis.
Um nome curto, mas cuja trajetória é extensa. Abreviação para dois Robertos e um Brandão, a loja petropolitana de móveis RBR foi fruto da união de empreendedores que, graças ao setor, se viram numa relação de troca e, principalmente, soma – a começar pela junção das iniciais de cada um. Segmento em que o vendedor doa um pouco de si, é na área também que os comerciantes incorporam as alegrias e amizades do ofício.
Visionário, Antônio Roberto da Silva, de 73 anos, é um dos sócio-fundadores da RBR. Inaugurado em 1977, na Paulo Barbosa, há quase meio século o negócio reflete o movimento e a renovação da área em que está situada. Tanto que, embora não mais através desse nome, a empresa permanece sob gestão de Roberto – hoje na companhia dos filhos – e de seu espírito empreendedor dotado de sensibilidade e profissionalismo.
Ambiente em que “cada freguês vira um amigo”, no decorrer dos anos a loja se desdobrou em Revimar, Caminhada Móveis, Martina Móveis e, em breve, Franca Villa. Multiplicados os anos, clientes e espaço – somente na Caminhada são mil metros de loja – um fator, porém, se mantém inalterado: a preocupação em proporcionar ao público um atendimento acolhedor e a certeza de contribuir, cada vez mais, para a concretização de sonhos.
Ex-cobrador de ônibus, Roberto iniciou a carreira na movelaria como marceneiro e, da confecção de móveis finos, passou a trabalhar para construir lares onde, inevitavelmente, despertam-se ambições. Gestão que se dá ao lado de seus filhos Vitor Santos da Silva, de 48 anos, e Roberto Santos da Silva, de 43 anos, o grupo preza pela atenção aos detalhes: do primeiro contato à entrega.
Ainda adolescentes quando começaram a auxiliar nos negócios, Vitor e Roberto dividiam seus dias entre a escola no período da manhã e a loja no período da tarde. Atuantes em quaisquer que fossem as áreas necessárias, os dois rapidamente tomaram gosto pelo comércio. Para Vitor, a maior satisfação no trabalho é contribuir para a realização dos planos de quem investe nas compras e escolhe a empresa para isso.
“A gente entende que toda essa aquisição é fruto de muito suor e trabalho. Sempre falo para a equipe de entrega que eles não entregam móveis, mas sonhos”. Consciente de que clientes e colaboradores precisam ser tratados de acordo com seus sentimentos e com carinho e atenção, ele fala sobre o empreendimento como uma extensão da família e dos valores ensinados pela perseverança e trabalho do pai.
“É motivo de muito orgulho saber que nosso pai é um vencedor no sentido de ter construído uma família. Nos amamos muito e vivemos um pelo outro”, exprime Vitor, cujo irmão, Roberto, comenta sobre o papel interpretado por Carlindo: ex-colaborador da empresa que, inclusive, se aposentou nela. “Ele viu a gente nascer, então existe um respeito e um carinho muito grandes. Como nossos avós faleceram cedo, o adotamos como avô emprestado”.
Móveis e amizades para toda a vida
Aos 84 anos, Carlindo Tavares guarda com gratidão os 40 anos em que colaborou com Roberto. Antes funcionário da Mobiliadora Popular, adquirida para a construção da Revimar, Carlindo foi admitido na empresa de imediato. Natural de Teresina, ele amadureceu longe da família, mas encontrou na figura do petropolitano Roberto, de sua esposa Marlene e filhos (Rejane, Vitor e Roberto) o apoio e o carinho que precisava em Petrópolis.
Descrito como uma bênção, o ex-patrão é associado por ele à figura de um pai. “Ainda que eu seja mais velho do que ele, é como um pai pelo que fez por mim. Uma pessoa de um coração grande e muito amoroso”, exprime o ex-vendedor que, nos tempos da loja, fazia questão de se dedicar ao empreendimento com o maior afinco possível. “Eu tinha a chave da loja. Fazia como se fosse meu, então o pessoal achava que eu era sócio”.
Da turma de funcionários de longa data permanece, ainda, Adalto Pontes Diniz, que, aos 59 anos de idade, está na empresa há 41 deles. Primeiro e único emprego dele, foi na firma que ele aprendeu sobre o ofício, se aposentou, e a ele continua a se dedicar. “Faço a parte de verniz. Entrei sem experiência nenhuma, com uns 16 anos. Tive uma porção de professores, mas que não estão mais aqui não”, expressa Adalto.
Na Caminhada Móveis, quem também coleciona experiências e alegrias duradouras no ambiente de trabalho é o vendedor Paulo Borges, de 59 anos. Contratado em 1987, iniciou sua trajetória na empresa como ajudante de caminhão e, no setor das vendas, encontrou uma vocação. Recém-casado no período em que foi admitido, ele tem orgulho em contar que, 37 anos depois, permanece o casamento com Sheila e os frutos dele.
“O que mais me marcou aqui foi perante o meu casamento. Foi na loja que eu construí minha família, minha casa própria e formei meus 3 filhos”. Avô de quatro, Paulo recorda, ainda, o gesto do chefe, que o emprestou um carro para a chegada da noiva no dia do casamento. Lar de móveis duradouros, é junto ao Sr. Roberto que também se encontram amizades resistentes ao tempo e ideais perpetuados pelo esforço e trabalho.